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O
jiu jitsu ou
jiu-jítsu,
também conhecido pelas grafias
jujutsu ou
jiu-jitsu
(transl. jū, "suavidade", "brandura", e jutsu,
"arte", "técnica" Jiu jitsu é a denominação da arte e jiu
"jutsu" é a denominação da arte de guerra. É uma arte marcial
japonesa que utiliza chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre
articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta
(competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma
articulação.
O
jiu jitsu ou
jiu-jítsu, também conhecido pelas
grafias
jujutsu ou
jiu-jitsu (transl. jū,
"suavidade", "brandura", e jutsu, "arte",
"técnica" Jiu jitsu é a denominação da arte e jiu "jutsu" é
a denominação da arte de guerra. É uma arte marcial japonesa que utiliza
alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente
sem usar golpes traumáticos, que não eram muito eficazes no contexto em que a
luta foi desenvolvida, porque os guerreiros (bushi) usavam armaduras.
Segundo alguns historiadores o
Jiu jitsu ou "arte
suave", nasceu na Índia e era praticado por monges budistas. Preocupados
com a auto defesa, os monges desenvolveram uma técnica baseada nos princípios
do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das alavancas, evitando o
uso da força e de armas. Com a expansão do budismo o
jiu jitsu percorreu
o Sudeste asiático, a China e, finalmente, chegou ao Japão, onde desenvolveu-se
e popularizou-se.
No Japão, para diferenciar do antigo
jiu jitsu foi usado o
termo Judô, quando Jigoro Kano desenvolveu um método esportivo reunindo as
técnicas menos perigosas do jiu-jitsu. Os ideogramas Kanji japoneses de
Jiu-jitsu,
podem receber diferentes pronúncias. No caso de "jiu" pode se
pronunciar "ju" e no caso do "jitsu" pode se pronunciar
"do", ou seja jujitsu,
jiujtsu e judô são traduções
possíveis para os mesmos ideogramas japoneses. Portanto, Jigoro Kano apenas
usou uma pronúncia diferente para a velha palavra
jiu-jitsu, na
intenção de denominar sua "invenção".
Mitsuyo Maeda o Conde Koma, foi praticante e estudioso do antigo
jiu-jitsu e
ao visitar a escola Kodokan finalizou por ippon 8 faixas preta em sequência,
tornando-se faixa preta(3dan) no estilo Kodokan, que conhecemos hoje como judô.
O Judo Kodokan é um estilo forte hoje em dia, devido às ligações políticas de
Jigoro Kano, mas no início, os lutadores do estilo Kosen (estilo com enfoque em
Newaza, técnicas de chão) foram superiores nos campeonatos, fazendo com que as
regras fossem mudadas para que não fossem mais permitidos os golpes no chão.
Maeda foi incumbido de levar o judô para algumas partes do mundo chegando nos
EUA e Brasil.
Em suas lutas pelo mundo, sempre aprendia e incorporava técnicas ao seu estilo,
e também lutava em exibições, motivo pelo qual foi expulso da Kodokan.
Entretanto, com a popularidade do jiu-jitsu, algumas fontes o citam como judoca
kodokan no intuito de desmerecer o Gracie JiuJitsu.
Todas as formas de Arte marcial japonesas atuais são "restauradas"
tendo em vista que seus idealizadores foram contemporâneos, como Jigoro Kano (Judô),
Morihei Ueshiba (Aikidô)e outros mais novos como mestre Oyama (kyokushin). Estes
estilos foram fundados por volta de 1900 como produtos de exportação do Japão
para os gaijin, sendo então estilos desmembrados e deslocados dos contextos
antigos, para ensinar técnicas isoladas, uma maneira de não perder a hegemonia
nas artes marciais.
Basicamente usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário)
em alavancas, o que possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o
oponente, consiga vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão
sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta
(competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma
articulação.
HISTÓRIA DO JIU-JITSU
A história mais divulgada de praticamente todas as artes marciais
orientais se insere na mesma tradição lendária da origem do Zen, ao qual se
pretende que estas artes marciais estejam ligadas em sua origem: o Zen teve
origem na Índia, através da difusão feita por missionários budistas saídos
desta região e, nesta linha, se chega à figura lendária de Bodhidharma, indiano
que teria sido o 28º patriarca do Zen, fundador do Mosteiro Shaolin, na China,
de onde se teriam originado os estilos do kung fu (Wu Shu), exportados para o
resto do Oriente nesta clara tentativa de ligar todas as artes marciais
orientais a esta lendária origem comum com a origem do Zen.
Mas se mesmo esta origem do Zen, na literatura especializada no assunto, é
vista pelos estudiosos sérios, como Allan Watts, como tentativa piedosa de
traçar uma ligação contínua da tradição com a origem remota na figura do Buda,
com muito mais razão o estudioso sério de artes marciais deve ser alertado para
o perigo de aceitar a Índia ou mesmo a China como "origem" de todos
os estilos de luta oriental.
Segundo um especialista do quilate de Donn Draeger, Ph D em Haplologia e
especialista em Artes Marciais orientais, “o jujutsu em si é produto japonês”.
Para ele, atribuir ao
Jiu jitsu origem mesmo chinesa (sobre a
“origem indiana” ele nem cogita) é o mesmo que atribuir ao inventor da roda o desenvolvimento
dos carros modernos... (Donn F. Draeger. Classical Budo. p. 113). Mesmo numa
obra escrita por autores da família Gracie, como o livro de
Jiu jitsu do
Royce e do Renzo Gracie, vemos uma discussão mais realista sobre esta questão
das origens do
Jiu-jitsu.
Antigamente havia vários estilos de jiu-jitsu, e cada clã tinha seu estilo
próprio. Por isso o jiu-jitsu era conhecido por vários nomes, tais como:
kumiuchi,
aiki-ju-jitsu, koppo, gusoku, oshi-no-mawari, yawara, hade, jutai-jutsu,
shubaku e outros.
No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de
jiu-jitsu,
cada qual com características próprias. Alguns davam mais ênfase às projeções
ao solo, torções e estrangulamentos, ao passo que outros enfatizavam golpes
traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao
desenvolvimento de artes marciais conhecidas atualmente de acordo com suas
características de luta, entre elas o judô e o aikidô.
O Jiu-jitsu era tratado como jóia das mais preciosas do Oriente. Era tão importante
na sociedade japonesa que chegou a ser _ por decreto imperial _ proibido de ser
ensinado fora do Japão ou aos não japoneses, proibição que atravessou os
séculos até a primeira metade do século XX. Era considerado crime de
lesa-pátria ensiná-lo aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor
do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua
moradia era incendiada. Com a introdução da cultura ocidental no Japão,
promovida pelo Imperador Meiji (1867-1912), as Artes Marciais caíram em
relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a
possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta
corporal. As artes de luta só voltaram a ser revalorizadas mais tarde, quando o
Ocidente também já apreciava esse tipo de luta.
Por muito tempo, o Jiu-jitsu foi a luta mais praticada no Japão, até o
surgimento do Judô, em 1882. O Jiu-jitsu caiu em desuso e perdeu a sua
popularidade quando a polícia de Tóquio organizou um combate entre as escolas
mais famosas de Judô e Jiu-jitsu que teve por resultado 12 combates de 15
ganhos pelo Judô e um empate. Desta forma a polícia de Tóquio, que resume a sua
eficácia a arte marcial pois não usavam armas, escolheu a prática do Judô,
desta forma o Judô ganhou fama e popularidade por todo o Japão. Mas o Jiu-jitsu
não foi esquecido nem apagado, a sua prática foi mantida viva por algumas
escolas. Nos dias de hoje é difícil encontrar a arte marcial antiga e original
do Jiu-jitsu pois sofreu algumas variantes e influencias de outras artes
marciais de forma a adaptar-se as novas realidades e necessidades dos
praticantes.
As principais escolas japonesas de Jiu-jitsu são as seguintes:
Araki-ryu
Daito-ryu aiki-jujutsu
Hontai Yoshin-ryu
Sekiguchi Shinshin-ryu
Sosuishitsu-ryu
Takenouchi-ryu
Tatsumi-ryu
Tenjin Shinyo-ryu
Yagyu Shingan Ryu
Yoshin Ryu
Jiu-Jitsu Denis Machado
A partir do final do século XIX, alguns mestres de jiu-jitsu migraram do Japão
para outros Continentes, vivendo do ensino da arte marcial e das lutas que
realizavam.
Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, foi um deles. Depois de viajar com
sua trupe lutando em vários países da Europa e das Américas, chegou ao Brasil
em 1915 e se fixou em Belém do Pará, no ano seguinte, onde conheceu Gastão
Gracie. Pai de oito filhos, cinco homens e três mulheres, Gastão tornou-se um
entusiasta do jiu-jitsu e levou o mais velho, Carlos, para aprender a luta com
o japonês.
Franzino por natureza, aos 15 anos, Carlos Gracie encontrou no jiu-jitsu um meio
de realização pessoal. Aos 19, se transferiu para o Rio de Janeiro com a
família e adotou a profissão de lutador e professor dessa arte marcial. Viajou
para Belo Horizonte e depois para São Paulo, ministrando aulas e vencendo
adversários bem mais fortes fisicamente. Em 1925, voltou ao Rio e abriu a
primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu. Convidou seus irmãos Oswaldo e Gastão
para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com 14 anos, e
Hélio,com 12.
Desde então, Carlos passou a transmitir seus conhecimentos aos irmãos,
adequando e aperfeiçoando a técnica à compleição física franzina característica
de sua família.
Também transmitiu-lhes sua filosofia de vida e conceitos de alimentação
natural, sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas, a
Dieta Gracie, transformando o
jiu-jitsu em sinônimo de saúde.
De posse de uma eficiente técnica de defesa pessoal, Carlos Gracie viu no
jiu-jitsu um meio para se tornar um homem mais tolerante, respeitoso e
autoconfiante. Imbuído de provar a superioridade do jiu-jitsu e formar uma
tradição familiar, Carlos Gracie lançou desafios aos grandes lutadores da época
e passou a gerenciar a carreira dos irmãos.
Enfrentando adversários 20, 30 quilos mais pesados, os Gracie logo adquiriram
fama e notoriedade nacional. Atraídos pelo novo mercado que se abriu em torno
do jiu-jitsu, muitos japoneses vieram para o Rio, porém, nenhum deles formou
uma escola tão sólida quanto a da Academia Gracie, pois o jiu-jitsu que
praticavam privilegiava as quedas e o dos Gracie, o aprimoramento da luta no
chão e os golpes de finalização.
Ao modificar as regras internacionais do jiu-jitsu japonês nas lutas que ele e
os irmãos realizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de mudança de
nacionalidade de uma luta, ou esporte, na história esportiva mundial. Anos
depois, a arte marcial japonesa passou a ser denominada de jiu-jitsu
brasileiro, sendo exportada para o mundo todo, inclusive para o Japão.
Jiu-Jitsu Brasileiro
Em 1917, Mitsuyo Maeda, também conhecido como conde Koma, foi enviado ao Brasil
em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes japoneses e
fixá-los no país. Sensei da Academia Kodokan de judô, Maeda ensinou Carlos
Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez
ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem
duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano
a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracies,
adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto
central do jiu-jitsu desportivo brasileiro. Para compensar seu biotipo, a
partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do
dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A
segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio
praticante de jiu-jitsu antigo, como Jigoro Kano, e foi essa a arte que ensinou
ao brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que
"Carlos lutava judô", que "Não 'existe' mais Jiu-Jitsu no Japão,
e que os lutadores de Newaza japoneses que praticam MMA hoje em dia, são
essencialmente Judocas" e finalmente que "Criou o Jiu-Jitsu existente
hoje.". É certo que o jiu-jitsu tradicional de muito difere do praticado
no Brasil atualmente. Este possui imobilizações, chaves e finalizações que
privilegiam mais o uso da técnica em detrimento da força; assemelhando-se
bastante ao Judô "Kosen" da época de Jigoro Kano. O Judô existente
antes da Segunda Guerra Mundial, ensinado à Mitsuyo Maeda, fora influenciado,
como já dito, por muitas escolas e, dentre elas, a "Kosen", que
privilegiava o trabalho de solo sem limite de tempo. Tais evidências,
acompanhadas pelos clamores de Hélio ao fim de sua vida, enaltecem a
probabilidade da teoria de que o
Jiu-Jitsu brasileiro surgiu
do Judô ser verdadeira.
Jiu-Jitsu em Portugal Atualmente ainda se pratica o jujutsu
associado aos samurais do antigo Japão. Note-se que no caso dessa arte
tradicional as palavras ju (flexibilidade, gentil, suave) e jutsu (arte) são
diferentes das jiu-jitsu mais utilizadas para classificar o chamado jiu-jitsu
brasileiro, criado pelos irmãos Gracie. Crê-se que essa vertente tenha sido
propagada na Europa por Minuro Mochizuki. No caso do jujutsu tradicional são
utilizadas armas como o tanto (faca), o tambo (bastão), o kubotan ou kashinobo
(semelhante a uma caneta), a tonfa (utilizada pelas forças policiais), o bo
(bastão comprido) e a katana, entre outros. Tendo a vertente de defesa pessoal,
militar ou policial compreende técnicas de batimento, projeção, imobilização,
controle, estrangulamento e reanimação, além de poder ser combinado com as
técnicas de massagem terapêutica (shiatsu ou seitai). A maior diferença entre
os estilos tradicional e brasileiro talvez seja o uso de diferentes armas
(bukiwaza) e também uma menor utilização da luta no chão no jujutsu
tradicional, sendo que esse utiliza também técnicas de controle como o
hojojutsu. Nessa arte também as graduações são diferentes, além de um maior
vínculo aos usos e tradições japonesas. A ligação ao mestre é muito forte e são
utilizadas com muita frequências expressões e nomes japoneses no tocante às
técnicas.
